terça-feira, 27 de março de 2012

Um dedo de prosa

Tenho muitas recordações dos meus primeiros contatos com a arte. Lembro de me encantar com as músicas, com a dança e com as dramatizações que apreciava quando ia ao teatro. Tinha uma pequena radiola na qual discos coloridos rodavam, tocando lindas canções e histórias maravilhosas. Ainda criança, olhava para uma insistente bailarina que rodopiava graciosamente em cima de uma caixinha de música. Experimentava uma grande alegria diante da fileira de lápis coloridos que mais me pareciam soldadinhos perfilados, prontos para uma batalha que se desenrolaria sobre o papel branco. E me recordo também do filme "Fantasia", no qual o produtor animou a Nona Sinfonia de Beethoven, tornando-a acessível aos meus ouvidos infantis. A música, no entanto, não ocuparia o centro de minhas ocupações artísticas. As imagens causavam maior impressão e era através delas que queria me expressar.


Meu aprendizado começou muito cedo, aos quatro anos já dançava balé, aos 5 anos já declamava e aos 7 anos já frequentava atelies e participava de cursos e concursos de arte. Na adolescência, esse aprendizado ocorreu de forma espontânea e despretensiosa. Eu recortava de jornais e revistas, as ilustrações mais significativas e as organizava nas paredes do meu quarto, acompanhadas de frases, compondo um grande mural. Extravasava minhas emoções ao mesmo tempo em que desenvolvia o gosto, a imaginação e a criatividade. Experimentava o uso de forma e cores e me iniciava na composição.


A liberdade que tive para essas experiências, assim como a forte motivação, foi fundamental para o aprendizado do desenho e da pintura. De posse de bisnagas de tintas e de pincéis, passei das paredes para os vidros da janela do meu quarto, que receberam minhas primeiras experiência pictóricas. Digo primeiras porque já não eram aleatórias como os desenhos que fizera até então, nem por brincadeiras, nem programadas como as atividades escolares. Essas tentativas brotavam de uma vontade incontida de me expressar e fazê-la (a expressão) de forma criativa que sensibilizasse quem visse a minha criação. Eram as primeiras pinturas voluntárias e conscientes.


Durante muitos anos, estudei pintura, desenho e escultura em escolas e atelies. Essa prática foi fundamental para profissionalizar a minha natural vocação artística. A arte participa profundamente da minha vida. Sou muito agradecida aos meus pais, Luiz e Ruth, que investiram em mim e aos meus filhos, Jonathan e Rebecca, pelo apoio incondicional. Mas, principalmente, sou grata a Deus que me criou e colocou dentro do meu ser uma alma sensível à arte. A Ele toda glória!


Um abraço,

Jacqueline Simões

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